sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos seguidores, simpatizantes e especialmente às pessoas que tornam minha vida tão leve quanto um sonho bom. Enquanto puder sonhar, poderei expressar o amor, a dor, o simples, o complexo, enfim, a vida. Grato!
Feliz 2011
F@l@s @o VENTO!










quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Degraus.

Olho pra frente e vejo um pequeno degrau. Eu estou num lugar branco e úmido, agradável. Subo o degrau, agora estou num lugar seco e amarelado. Não posso mais voltar, olho pra frente e vejo outro degrau, subo e não vejo nada além de luzes brancas a piscar, sinto tontura e falta de ar. Fico por um instante até que sinto outro degrau sob meus pés, que sobe só. Encontro-me num lago de lamas vermelhas e quentes que fazem transpirar - meus pés formigam e a pele desbota. Um buraco se abre sob a lama e há uma plataforma sinalizando a saída rumo ao desconhecido. A lama escorre facilmente sobre minhas pernas até que me ponho em movimento. Noutro patamar encontro uma raiz silvestre, forte e tão surreal que me laça pra si, e em movimentos circulares me leva a uma superfície porosa e fofa, onde tudo é marrom e morno. Por alguns instantes relaxo, mas umas gotas d’água cada vez mais densas caem em meu corpo, me lavam e me erguem num transbordar, num verde sem fim. Este verde que me rodeia agora trás uma paz tão mítica, que nele poderia esperar um fim. Lanças cortantes me arrancam dali pra um lugar branco e úmido, agradável. Feliz ciclo novo!

domingo, 5 de dezembro de 2010

“A GENTE NASCE, CRESCE, REPRODUZ E MORRE.”

Lembro-me agora daquela VELHA frase:

“A GENTE NASCE, CRESCE, REPRODUZ E MORRE.”

Ela me parece tão bobinha quanto às continhas de adição e subtração, ou as bolinhas de papel. Mas se penso mais adiante ao meu cárcere emocional, penso que a mesma frase pode ter significados profundamente satisfatórios e abrangentes no que diz respeito a minha vida e a toda e qualquer forma que se manifesta a natureza. Passo também a questioná-la, pois de acordo com a lei da vida posso morrer sem reproduzir uma vida alheia a minha. Por outro lado, não vivo sem reproduzir a minha. Posso questionar muitas outras coisas, mas a que mais me preocupa é: por que crescer para depois morrer?

Eu já repeti a frase muitas vezes em diversos momentos e algo me diz que o meu subconsciente trabalha pra nunca ter resposta mais satisfatória que:

“Melhor do que saber é viver sem ter a certeza de morrer.”

O problema não está em saber que morrerei, mas em saber o porquê de tudo que ocorre antes, depois, nas entrelinhas e intervalos de:

“A GENTE NASCE, CRESCE, REPRODUZ E MORRE.”

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Parabéns pra Você.

Parabéns pra você,

Por ser tão amável,

Estar tão perto,

Querer-me alegre,

Rir de qualquer nó,

Compreender-me só,

Embalar meus sonhos,

Querer-me vencedor,

Ser meu despertador,

Pra tudo que é incerto.

Parabéns pelo azul claro,

Que toma conta do céu,

Pelo desenho bonito,

Que não há de papel.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Caindo.

Caindo, subindo mais alto até os meus desejos,

Caindo, saindo de cena pra ser deus,

Caindo, seguindo sem medo, sem credo,

Caindo, descendo até as portas dos infernos.

§§§§§§§§§§§§§

Onde quero estar, meu lugar,

Mais perto, mais quente, queimar,

Caindo, sempre mais e mais.

§§§§§§§§§§§§§

Já se foram dez dos andares,

As espinhas já são penas,

Os pelos são pó, pó cintilante,

Caindo, sempre caindo,

Sinto meus pulsos ocos.

§§§§§§§§§§§§§

Caindo quero sempre estar,

Estar sempre em fogo divinal,

Caindo, subindo até os desejos,

Desesperadamente e sempre,

Caindo, como sementes férteis,

Sou apenas sementes inflamáveis,

Fogo, fogo, caindo dos céus,

Subindo pra onde devo viver,

No fundo, no fogo, no quinto,

No quarto de um terço de Deus,

No duplo sentido de um inferno.

§§§§§§§§§§§§§

Caindo pros altos, inalcançáveis,

Subindo por baixo, escondido,

Nas flâmulas flamejantes, fogo.


Sejam.

Sejam mais belas as tuas tardes de verão,

Quantas foram tão chuvosas e sufocantes,

Sejam mais aconchegados teus cobertores,

Quantos foram tão espinhos e gelo,

~//~

Sejam mais breves teus tristonhos momentos,

Quantos foram eternos em seus tempos,

Sejam mais vitórias tuas idéias,

Quantas se foram sem serem,

Sejam mais tintas tuas telas,

Quantas cores foram perdidas.

~//~

Gigantes tuas ilusões,

Barbantes, crepons,

Alaúdes, plenitudes,

Alucinantes tuas paixões.

~//~

Cantem mais pássaros em tuas janelas,

Quantas foram as manhãs alarmantes,

Incendeiem teus pelos em êxtase,

Quantos foram arrepios de dor,

Sejam mais doces teus doces,

Quantos foram sem gosto, sem graça,

Inteiras tuas noites sem fim,

Quantas vezes foram meias palavras.

~//~

Que mais borboletas pousem em seus cabelos macios,

Quantas se foram ao avistar-te.

~//~

Rezarei pelo teu corpo, tua alma,

Velarei nosso segredo, nossa dor,

Seguirei sempre em você, sem te ter,

Sejam tão mais suaves teus caminhos,

Quanto corremos em vão, adeus.


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Vida é Vômito!

Eu gostaria muito de me lembrar do momento exato em que nasci. Como eram minhas percepções, minhas indagações, meus medos, receios, sentimentos, meu amor, e até os atos mais simples como a respiração, a reação póstuma ao ato, a linguagem e a observação do que estava ao meu redor. Não me leve a mal e nem me diga “isso não dá” ou “isso não houve”, etc. Não me atormente com insinuações críticas que lhe passam agora pela cabeça ao me “entender”. O propósito de tudo seria e sempre será o desejo mais simples da vida. Você nasce, cresce, reproduz e morre! Mas como você nasce? O que você é naquele momento? E se a resposta fosse: mais puro, verdadeiro, sem preconceitos ou pensamentos desnecessários que desperdiçamos quase que diariamente como se perdêssemos grande, ou melhor, a maior parte de nossas energias por nada. Toda a água que se usa no banho, se fosse refletir, grande parte dela se vai pelo ralo sem que sequer precisássemos dela, assim como diversas e milhares de outras coisas do nosso cotidiano. A energia que provavelmente desperdiçamos ao longo desta vida à morte, sem duvidas seria de grande valia para que tivesse nascido melhor, crescido mais forte, reproduzido muito mais, e conseqüentemente morreria mais feliz, sem duvidas quanto a isso! Mas por que não? Qual o motivo que me leva a ser mais atuante em meu declínio, do que em minha ascensão? É por isso que continuo querendo saber como eu era quando nasci. Aí, poderia ter tido o cuidado em dar meus primeiros passos a não parecer um anormal, ou um canguru alucinado ao andar na fase adulta, prestaria atenção nos mínimos detalhes de tudo para não me obrigar a nascer novamente, e milhares e milhares de vezes numa só vida.

Quando voltamos atrás para resolver algo errado é sim um sinônimo de humildade, mas também é um antônimo de eficiência. Nós todos, seres humanos, somos incompetentes e não há nada que se possa fazer a respeito. NADA A SER FEITO! Eu discordo desta afirmação anterior, mas quem é que não vai discordar? Sendo assim, prosseguimos adiante deixando todas as dificuldades e peças soltas do passado e passamos a viver um presente mais próximo de um futuro igual a todos os previstos anteriormente. ONTEM=HOJE=SEMPRE... sempre... sempre...

Quanto mais inconformados estão ao olhar para trás, muito mais conformados estarão ao seguir em frente e vice-versa. Na certeza, a única solução para todo o caos que se instaura é o próprio caos, pois somente alimentados dele nós vomitaremos o que há de desconexo em nós mesmos. Vomite quantas vezes forem necessárias para apreender a harmonia. Pode se concluir através disso que nenhum dos sistemas criados pelo próprio homem pode ser a solução para os mesmos, mas podem sim ser um processo vitalício de aprendizado. A vida. Quem respeita a própria vida, respeita junto consigo tudo o que vive e segue em frente. Somos errantes no que fazemos de melhor ou de pior, pensativos no que fizemos de bom ou de ruim e muito cautelosos no que pretendemos fazer. Não devemos distorcer a perfeição disto. Jamais! A vida é vômito.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Merda!!!

Errados estão muitos,
Que passam despercebidos,
Sem eira nem beira,
Sem vergonha, documentos,
Sem carteira, dinheiro,
Sem cabeça, mula sem cabeça,
Cresça, desça da mesa,
Ande, chegue longe, mais longe.
!!!
Saco! Saco! Saco!
Escroto, muito chato.
Saco! Saco! Saco!
Puto, careca, safado.
!!!
Certos estão como nunca,
Os que crescem sem medida,
Os que andam fora da linha,
Que cometem pecados,
Falam barbaridades,
Gritam toda a verdade,
Choram por venerar,
E gozam suas entranhas.
!!!
Saco! Saco! Saco!
Escroto, muito farto.
Saco! Saco! Saco!
Puto, barbeiro, macaco.
!!!
Seja tapa, murro,
Seja abraço, abstrato,
Num dia escuro,
Seja forte, grosso.
!!!
Morder todas as raivas,
Esconder todas as peles,
Cantar todas as letras,
Sentir a minha vida,
Meu roteiro, esquerdo,
Minha privada, espelho.
!!!
Quero sujar meus panos,
Quero arder em febre,
Falar besteiras por aí,
Sentar, gritar, sorrir,
Quero mesmo, mesmo,
Só quero me divertir.
!!!
Seja tapa, dor,
Seja abraço, forte,
Num dia escuro,
Seja duro, macho.
!!!
Merda! Merda! Cagada!
Que cagada, merda.
Merda! Merda! Burro!
Que burrice, cagada.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Luzes

As luzes da cidade me dizem algo,

Elas falam baixinho pra mim,

Anunciam um dia triste e frio,

Sem você aqui pra mim.

°°°

Estão amareladas e angustiantes,

Partem-me ao meio seus raios,

Doem-me dentro da cabeça,

Em meio aos meus sonhos,

No infinito do meu coração.

°°°

Vem me dizer algo bom,

Que me tire do sufoco,

Que me traga mais um pouco,

Do docinho dum bombom.

°°°

Vem depressa, presente,

Volta pra onde começou,

Faça as luzes se apagarem,

Muito antes deste ardor.

°°°

E bem longe eu te vejo,

Não te alcanço, mas te sinto,

Mantenho-te tão crescente,

Escuto tuas palavras de amor,

Seus carinhos nos meus pelos,

Tua temperatura, o calor.

°°°

E quando mais longe estou,

Não te encontro em parte alguma,

Não te toco, não tem cura,

Nada muda, tudo é frio.

Volta agora em segredo,

Não me negue nem um beijo,

Um queijo, um café, arrepio,

Seus dedos contornando desejos.

°°°

Sinta-me agora, depois e agora,

Sinto-te, me calo, aquece,

Olhe-me, te olho, alucina,

Sinta-me, me abrace, amasse.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Acordei!

Acordei! Estou acordado! Em verdade, nunca me lembro de ter dormido. Não conseguiria ter sonhos mais belos dos que vivo. O fato de estar, entra pelos poros como água em ebulição me irrigando por inteiro. Respirar me faz sonhar, o que me torna personagem indispensável desta história. Existir é a prova de que sonhos são vitais, portanto vida. Não posso dormir em vida, isto é incompatível. E depois eu não sei, não, mas posso muito bem imaginar. Imaginar com a perfeição que este sonho me concede, com a amplidão que esta vida propõe, enfim, com o que sou. Imaginar-me a dormir. É por isso, somente isso me permite acolher teus desejos por “Bons sonhos!”, enquanto ensaio o mais esperado de todos os espetáculos: DORMIR!...

Posso sonhar que dormir seja um planeta de sorvete com cobertura como diria quem assim quiser. Ou, também, posso dizer-lhe que dormir é sonhar eternamente com você. Poderia até mesmo dizer a você que em dormir não há mais nada, mas não vou perder meu tempo a dormir se ainda posso sonhar. Sonhar e “sonhar dormindo”.

Enquanto sonho por demais, vivo por demais e mais sono tenho guardado dentro de mim, como o gelo a derreter e tornar-se água a desaguar em rios e mares criando vida.

Eu corro, corro muito mais, pois não tenho medo de chegar, e nem tampouco, tenho pressa de dormir.

Ciclo paradoxalmente vital, perfeitamente existente e amplo à mente.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Quebra-Radio

Quebra-radio, quebra,

Meu radinho de pilhas, quebra,

Quebra-radio toca,

Toca lóguinho e quebra.

-

Mais uma vez eu te vejo entrando,

Por uma porta que não vai dar em nada,

E desta vez não quero mais,

Surpreender-me com o que você vai dizer.

-

Meu amor,

Diga tudo o que tem a dizer em vão,

Jogue todas as tentativas de sobreviver,

Guardadas nesta mala ao chão,

Não me venha cobrar,

Um beijo ou um toque de mão,

Não me atraia pra debaixo,

Das suas mentiras neste cartão.

-

Porque você e eu,

Por tudo e por sempre,

A gente sabe que quando amanhece,

Você sai depressa de mim,

E que não pode mais voltar,

Pra dentro do meu coração.

-

Cante meu amor, cante,

Aquela canção de natal preferida,

Cante meu amor, cante,

E se lembre do maior,

Presente de nossas vidas.

-

Chore meu amor, chore,

E não se engane que a vida é uma pilha,

Cante e chore meu amor,

Pois o canto é sem duvidas a melhor saída,

E as lagrimas possuem melodia.

-

E depois de tudo,

Você me diz que o errado,

Pode ser considerado certo,

Devido às complexidades.

-

Vem bem escondidinho, vem,

Como rato faminto,

Mas não deixe a agilidade fugaz,

Não meça esforços,

Pra sobreviver das vassouradas,

Que limpam o meu ser de você.

-

Escute meu amor, escute,

Aproveite cada nota,

No radio a pilha já enferruja,

Nesta ferrugem já se perde muito amor,

Podemos sentir, por tanta dor,

Inesperadamente, mesmo inconseqüentes,

Tomamo-nos de um caldo ralo,

Do que outrora servimo-nos fartamente.

-

Dance meu amor, dance,

Pois é lóguinho, bem lóguinho,

Que tudo se apaga,

E a pista some, então dance.

-

Quebra-radio, quebra,

Meu radinho de pilhas, quebra,

Quebra-radio toca,

Toca lóguinho e quebra.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Gabriel Garcia Marques

“Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapos e me presenteasse com mais um pedaço de vida, eu aproveitaria esse tempo o mais que
pudesse...
Possivelmente não diria tudo o que penso, mas definitivamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não por aquilo que valem,mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, porque entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os demais se detivessem,acordaria quando os demais dormissem.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, deitava-me ao sol, deixando a descoberto, não somente o meu corpo, como também a minha alma.
Aos homens, eu provaria quão equivocados estão ao pensar que deixam de se enamorar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam
de se enamorar...
A um menino eu daria-lhe asas, apenas lhe pediria que aprendesse a voar. Aos velhos ensinaria que a morte não chega com o fim da vida, mas sim com
o esquecimento. Tantas coisas aprendi com Vós homens…. Aprendi que todo o mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir
a escarpa.
Aprendi que quando um recém nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, agarrou-o para sempre.
Aprendi que um homem só tem direito a olhar o outro de cima para baixo, quando está a ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com Vocês, mas agora, realmente de pouco me irão servir, porque quando me guardarem dentro dessa caixa,
infelizmente estarei morrendo.
Sempre diz o que sentes e faz o que pensas. Supondo que hoje seria a última vez que te vou ver dormir, te abraçaria fortemente e rezaria ao Senhor para poder ser o guardião da tua alma.
Supondo que estes são os últimos minutos que te vejo, diria-te “Amo-te” e não assumiria, loucamente, que já o sabes.
Sempre existe um amanhã em que a vida nos dá outra oportunidade para fazermos as coisas bem, mas pensando que hoje é tudo o que nos resta, gostaria de dizer-te o quanto te quero,
que nunca te esquecerei.
O amanhã não está assegurado a ninguém, jovens ou velhos.
Hoje pode ser a última vez que vejas aqueles que amas. Por isso, não esperes mais, fá-lo hoje, porque o amanhã pode nunca chegar. Senão, lamentarás o dia em que
não tiveste tempo para um sorriso, um abraço, um beijo e o teres estado muito ocupado para atenderes esse último desejo.
Mantém os que amas junto de ti, diz-lhes ao ouvido o muito que precisas deles, o quanto lhes queres e trata-os bem, aproveita para lhes dizer, “perdoa-me”, “por favor”, “obrigado” e todas as palavras de amor que conheces.
Não serás recordado pelos teus pensamentos secretos. Pede ao Senhor a força e a sabedoria para os expressar. Demonstra aos teus amigos e seres queridos o quanto são importantes para ti”.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Gira-Gira

O que eu sei?
O que eu sei,
É que tudo que gira,
Em torno de mim,
Digo no físico,
No psicológico,
E no que está,
Por trás de tudo.
-
O que se vê,
E se sente,
O que gira,
O que conspira,
O que me faz,
Subir mais alto,
Do que está localizado,
O mais desconhecido,
Dos mundos.
-
Dos planetas desconhecidos,
Girando em órbitas,
Distintas entre si,
Porque lá meu amigo,
Lá tudo pode acontecer,
Mas como dizia,
O que vive ao redor,
O que gira é você!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

?

As perguntas não querem ir embora. Eu respondo-as com outras perguntas que nem sei responder. Elas tornam-se maiores e mais complicadas. Além destas, eu devo dormir, acordar, desenvolver atividades e procurar solucionar probleminhas práticos diários. Cansado, não posso varrê-las pra debaixo de um tapete. Estas me perseguem aqui, ali e em qualquer lugar que eu vá. São interrogações que alucinam a realidade e me levam o bom senso.
No meu relógio são três horas, mas a vida já marca três horas a mais. Atrasado, é sempre assim, esforçando-me ao máximo para alcançar a normalidade vista em todos os homens que me circundam. Corro mais e mais coisas deixo pra trás. Todas me alcançam carregadas de dúvidas. O tempo não pára. As pessoas passam. O ônibus atrasa. O vagão está lotado. As contas venceram. O banqueiro não perdoa. Os juros correm. O amor cobra...
Estou deitado, pronto pra descansar, imóvel além de um coração que faz questão de lembrar-me a vida e os pensamentos que me questionam mais e mais. Estou vivo, cansado e perturbado. Sou apenas um, que não dorme e não resolve os problemas em decorrência de outros problemas, que problematizam o espaço, me fazem seguir em frente e sempre atrasado. Ou talvez, muitos sejam como eu, o que me faz ser apenas mais um que só vê aquilo que quer pra se fazer diferente, complicado e incomparável. Paradoxalmente complexo!

sábado, 14 de agosto de 2010

RETICÊNCIAS

Poderia te dizer o quanto você é importante pra mim sem medo de ser patético ou parecer piegas. Mas é que as coisas, as pessoas andam tão vazias em suas atitudes que de repente... é melhor ser igual! Que pena, mas estamos bem assim mesmo... sem atitudes, sem força, sem caráter, etc. E o que dizer então do amor? Ah, o amor é uma dor rsrsrs... e rimos, mas dói! Não é?! E se dói dizemos então que estamos passando por uma fase meio tensa e que precisamos relaxar num copo de vodka com energético, numa balada dessas que todos não têm moral pra falar. Talvez um novo encosto endinheirado, com roupas de grifes e corpão lhe devolva ... ah, sei lá, talvez lhe devolva algo que te faz ser estupidamente egocêntrico. Mas tudo desaba numa boa musica sextaneja dessas que deprimem qualquer ser. MAIS CERVEJA! Aí vêm as fotos pra guardar na eternidade de um álbum do ORKUT. Aí vêm os comentários: “ahuaahuaaahuahaua...” e tá tudo bem “rsrsrsrs...” e blábláblá mais três ou quatro pontos, pois o que vale é a ênfase das reticências e não as mesmas no sentido gramatical...... Quanto à reforma da língua portuguesa? Pra quem vai prestar vestibular? Bom, se for necessário elas podem entrar com recurso, ou não, ou, que se fumam todas hehehe... É melhor fazer brigadeiro cremoso e comer com rodelinhas de banana, pois a panelinha é tão bonitinha pra decorar a cozinha, o achocolatado tem mais vitaminas e o morango tá cada vez mais aguado, sem falar nas amigas CÕ-CÔ – coesão e coerência. E ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE, COM PASSOS DE FORMIGA E SEM VONTADE... Pena que até as chifrudas já estão um pouco além de nós tendo se em vista a potencialidade de reconstrução da mansão que o seu sobrinho destrói com prazer e sadismo semanais. E como dizem os especialistas em BBB – baladas, barracos e banalidades – o importante é criar polêmica e nunca deixar de acreditar que a esperança é a última que morre, porém depois que você morrer... ... ... TANTO FAZ!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Olhares pra mim.

Enquanto muitos olhos me vêem sem dizer nada. Enquanto muitos verdes são belos e que por mais belos, os azuis soam como o mel que explode das jabuticabas. O teu não tem cor. Mas me diz tudo e enxerga-me tão bem quanto eu não me posso imaginar. Despi-me dos cabelos às veias que me irrigam. E eu interrogo-os para saber mais de mim. Eles fazem mistério. A partir daí, torna-se um vício sentir-me olhado. Torna-se vital. É tudo o que cura o desespero que me mata. Somente através dos teus olhos eu vivo. Não demora! Não durma muito! Não feche os olhos pra mim! Não morra! Debaixo deste espelho, destas profundezas límpidas eu não vejo mais que um ser capaz de fazer sorrir de raiva e chorar de felicidade. Capaz também, de dizer sim aos próprios sentimentos, mas incapaz de me olhar enquanto mente sobre si. Será verdade que quando tudo pode desabar somente o amor pode equilibrar? Porque o amor é tão alucinante no início, mutante em seu meio e destrutivo em seu fim. Contudo é certo que alguns pensam assim quando não há mais nada além deste sentimento para lhes segurar do abismo. Não! (Respiração exageradamente desequilibrada. Abro os olhos. Tento me lembrar de você, mas nem sei que você existe.) “Nada a ser feito!” (A última fala - em aspas - é retirada da peça teatral "Esperando Godot" de Samuel Beckett.)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Não tem título.

Existe um homem nu, morto e estirado num lugar qualquer. Fora isto, não existem árvores, vento, seres vivos, enfim, nada! Seu corpo muda de cor constantemente e não se pode saber de quanto em quanto tempo, pois o tempo também não há. Existe luz, mas não se tem Sol. Esta luz também constante não se sabe de onde vem. A temperatura deste lugar não varia, não é fria, não é quente e também não agrada. Não se escuta nada, pois nada há para escutar. E continua a existir um corpo morto que muda de cor em um lugar qualquer.
VERDE – AMARELO – VERMELHO – AZUL – BRANCO – COR-DE-PELE
Além disto, não existe nada, porque não há nada mais pra existir.
E o lugar? Se existe um corpo morto, existe um lugar e se existe um lugar existe algo neste lugar. Sim! Um corpo morto que muda de cor. Mais nada!
E a luz? Se existe cor, existe luz – mas repito: não se sabe como existe e de onde vem e, não varia.
Não esquenta, não esfria, não agrada, não venta, não respira... Não se vive e não se vê. Apenas existe!
Onde? Em qualquer lugar...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Resoluções do Além.

Ao pedido de um anjo de cabelos negros e brilhantes, olhos cor de mel e vestido de retalhos brancos eu me volto aos pensamentos hoje. Ele me apareceu durante os sonhos pra me revelar coisas fantásticas das quais eu só poderia prever em contos de fadas. Disse-me ele: Tudo o que se vê e o que se sente nada mais são do que a forma que a vida lhe mostra suas sutilezas e espinhos. Que podes fazer tu desta vez? Tomar uma direção que te leve o mais perto possível do imaginário poderá ser a melhor saída de encontro às pedras. “E as pedras?” Essas são aquelas em que todos sentam pra descansar e depois retomar a caminhada árdua sob um Sol quente e energético. “O que fazer com as duvidas?” Permita-se resolvê-las e não questioná-las!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A Calçada e o Homenzinho.

Eu sou apenas uma calçada. Por mim, passam todos os dias solados finos, solados pobres, ora limpos, ora sujos. Pisam leves, suaves, fazem cócegas e também correm. Outros passam fortes, duros e machucam sem dó. Nem me notam, nem me vêem... Sirvo de colchão para pobres miseráveis e cachorros de todas as raças vira-latas. Mas te digo que meu corpo é feito de preto e branco, e em algumas partes acinzentado. E te digo também ouvir dizerem as línguas mais insanas – que de tão insanas me lambem – que pra nascer eu tive de ser superfaturado. Mas não posso me alongar até certa estradinha medíocre, onde dizem as mesmas, haver uma casinha sem cor, sem vida, e que lá, apesar de suas reles visões, existe um coração que bate como a marretada d’um romântico e forte carpinteiro. E é só por isso que me agradam estas tais línguas que me lambem.
Dizem elas então: “... ele é tão digno de pena que nem mesmo um pássaro chega a lhe fazer companhia ao soar do dia...”
Apesar disto, eu irei dobrá-las, sacrificá-las, persuadi-las e dominá-las para espremer de suas glândulas todas as gotas de saliva por ele. Sim, farei isso e não me estranhe, pois logo vão me entender e o porquê de tanta curiosidade. Vão entender também que boa parte do que elas dizem são palavras sem sentimento e que falam por falar, sem o mínimo julgamento, mas eu que sou apenas uma calçada de segunda mão consigo decifrar-lhes o veneno e fazer dele o mel que embalsama as rachaduras da alma.
Naquele dia de praxe e Sol quente me refrescavam elas com seus venenos de mel. Elas citavam a rotina estranha e pacifica do pobre homem. Diziam elas: Ele acorda pela manhã e sai pela porta do fundo lavar as mãos no tanquezinho. E ao secá-las muito bem com o auxílio de uma toalhinha suja por entre os dedos, como um exercício religioso e maçante de todos os dias de sua vida, o mesmo torna a sujá-las. Não lava o rosto como os outros e nem escova os dentes. Então ele se senta sob uma única árvore que sombreia a casa e muito insignificantemente. Seus olhos parecem mirar algo inexistente naquele lugar forrado de mato verde agonizante. Parecem ver o horizonte como se o mesmo fosse concretizado em um paraíso existente somente ali, para ele. De vez em quando ainda se esforçava para alongar-se em saltos numa vã tentativa de agarrar algumas folhinhas da árvore infrutífera. "Causa-nos tédio a sua falta de agressividade." Segue para dentro, volta e começa um longo dia sem se ver o pobre novamente voltar à dependência interna da casa. Ali mesmo, martela, serra, cola e lixa, e tudo mais que se pode notar num trabalho árduo. Não pára por nada e não se vê resultado. É como se a matéria se desmaterializasse numa mágica tão perfeita que nem se nota a magia. É digno de dó apesar da magia, pois do que vive este homem se nada come, nada vende e nada compra. Seria ele um anjo de Deus que seguindo ordens desce a Terra para viver assim, estranhamente infeliz. E o que me intriga: como podem as línguas tecerem tal idéia de infelicidade se nem ao menos chegaram perto do homem? Como podemos designar tal infelicidade gratuita a alguém que mal conhecemos além da vista? Por que o trabalho gratuito é sinônimo de infelicidade, e será que existe trabalho insignificante a tal ponto de ser gratuito? Línguas falam, mas não tecem. E por falarem demais sempre tomam caminhos obscuros e mal assombrados. Prefiro os pensamentos que tomam caminhos malditos, mas se encontram mais tarde numa nascente de água cristalina, com um Sol radiante refletindo em suas águas rodeadas de mata virgem e riquezas mil. Um paraíso que só podem usufruir os pensadores gratuitos, como o nosso homenzinho.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sopro.

Isso tudo é só um sopro,

Não se iluda por tão pouco,

Seja eterno pra seguir,

Seja lento pra subir,

E não caia em desespero.

-

O pranto persegue um caranguejo,

Que despertou em si todo o medo,

Que se transformou em sujo desejo,

Que se fartou tão voraz e sedento,

Da fatalidade d’um pobre marinheiro.

-

Encante como a flor que morre,

Pois mesmo morta te socorre,

Do horror de viver sem tê-lo,

De viver por viver querendo.

-

Encontre nas cores a mais bela palavra,

Que lhe despertará uma simples melodia,

Que lhe fará mais humilde à serventia,

E mostrará como é lindo este abracadabra.

-

Os magos jogam dardos,

Luz de cegar-lhe as vistas,

Energia que te incendeia,

A vida que lhe treme os dedos,

E te mostram todas as pistas.

-

Siga-as então sem medidas,

Siga-as sem ter mais saída,

Siga por toda sua vida,

E não finja estar de partida,

Pois é tão vera a lágrima contida.

-

Por muitas vezes você buscará,

Numa próxima estação descerá,

Sentirá tão forte o coração,

E não morrerá por isso em vão.

-

Pois há mais planos a se descobrir,

Há mais vidas a se provar,

Mais encantos pra te permitir,

Encontrar um novo lugar.

-

Quem é você, quem tu és,

Quem me viu, te verás,

Quem está, pode chegar,

Se me queimam agora,

Mais tarde hão de te achar.

-

Se te vou aos pensamentos,

É porque podes me escutar,

Se te peço mais vontade,

É porque longe podes chegar.

Uerê.

Queria ser uma canção,

Mas não é fácil,

Dar cor ao ar,

Mais vida ao mar,

E te tocar o coração.

-

Uerê,

Quando o Sol baixar,

Eu vou sonhar com você.

-

Uerê,

E quando o Sol raiar,

Eu vou voar pra viver.

-

Escrevo uma estória,

E leio ao relento,

Mas se contraditória,

Vou jogá-la ao vento.

-

Saiba por encanto,

Que bem posso estar,

Tão longe o quanto,

Enquanto respirar.

-

Minhas asas são do bem,

Não podem levar,

O ar e o canto,

Enquanto precisar,

Sonhar com meu bem.

-

Uerê,

Quando o Sol cansar,

Eu vou estar com você.

-

Uerê,

E quando o Sol raiar,

Eu vou voar pra te ver.

Paradoxo da Vida.

Percebo e não preciso que me digam, pois sinto tão claro que chego até a pensar que me engano. Mas ao pôr do Sol, mais uma vez eu terei a certeza de que valeu a pena mesmo não sendo assim.
Assim que todas as minhas lágrimas encontrarem saída segura e restrita as quatro paredes de um quarto perdido por entre o mundo de pedras e encontrar saciedade em sofrer por esse amor. Assim que meus lábios secos de sede e articulando frases, palavras e gemidos abafados por um travesseiro velho, porém revestido dignamente, eu vou encontrar alguma saída pro meu amor. Eu sei que vou. Por que se for para viver e não poder mais amar mesmo sabendo que o amor tem suas malícias e seus venenos eu prefiro não mais ser.
Posso ficar mais frio, mais duro, mais feio, mais magro ou mais gordo e até perder um dente. Posso desejar a morte, tragédia, infelicidade, o lado mais perverso de mim, mas sei que quando ele voltar não há escudo que me proteja, pois desse mal é que eu quero morrer.
Espero, espero, espero por você, pelo meu amor e pela verdade.
Do mais, meu nome é Amante. Não procure uma fonte qualquer para isso, pois eu jorro água límpida da verdade pelos olhos. Da minha verdade!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Até mais sonhar...

Sentado sob as idéias do que te escrever, um pássaro, apenas um costumeiro passarinho, real e distraído, banha-se numa nascente. Posso sentir as águas que lhe circundam e que, portanto me limpam a mente. Isto mesmo! É tão bom ver algo comum, que mesmo assim parece novo e acalma.
Inspirado, no momento posso escrever-lhe com uma pena e incapacitar este pássaro de um vôo mais alto, roubando este sonho todinho pra mim. Mas não me interessa voar em sonho alheio e banhar-me em nascentes. O importante se faz em poder ver isto, sentir-me um ser livre e perfeitamente capaz de sonhar meus sonhos e dividi-los até mesmo com um pássaro.
Há algum tempo, me recordo à vontade de soltar todos estes seres limitados por gaiolas. Se me fazia incapaz disto, é porque talvez ainda não soubesse voar como os livres. Mesmo hoje me encontro incapaz de tal façanha, pois circundados por arames foram proibidos de banhar-se em nascentes e por isso afundarão. Pobrezinhos! Mas este que aqui está livre e limpinho me descreve um “gran finale”: “Obrigado por me notar! Até mais sonhar...”

Me empresta teus olhos?

Eu posso te ver, sei que você está presente e me sente tão somente como permito, pois na realidade estou tenso demais por dentro, tão tenso que se você soubesse se afastaria e eu correria o risco de nunca mais poder te ver. As coisas simples como são já não me atraem mais tanto como quando nasci. Vivi por entre serras nas estradas, brincando ora num playground, ora numa tuia, sem saber que o que sempre procurei está agora a me notar, sem me tocar. Posso saber o porquê do seu silêncio, os seus fingimentos, o que se passa por sua cabeça, enquanto eu aqui sentado sem dizer uma única palavra convincente não tenho por onde seguir. Queria seus olhos poder ter, ser você, mas não te roubar a alma ... não! Jamais! Queria sentir como é respirar a pura liberdade de expressão e sentir que tudo corre bem e seguro lá fora. Isto eu não posso pedir emprestado, nem mesmo comprar em uma lojinha. Isto é a vida simples como ela é; bela, óbvia e gratuita. Eu nunca desisto de você!