sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Vida é Vômito!

Eu gostaria muito de me lembrar do momento exato em que nasci. Como eram minhas percepções, minhas indagações, meus medos, receios, sentimentos, meu amor, e até os atos mais simples como a respiração, a reação póstuma ao ato, a linguagem e a observação do que estava ao meu redor. Não me leve a mal e nem me diga “isso não dá” ou “isso não houve”, etc. Não me atormente com insinuações críticas que lhe passam agora pela cabeça ao me “entender”. O propósito de tudo seria e sempre será o desejo mais simples da vida. Você nasce, cresce, reproduz e morre! Mas como você nasce? O que você é naquele momento? E se a resposta fosse: mais puro, verdadeiro, sem preconceitos ou pensamentos desnecessários que desperdiçamos quase que diariamente como se perdêssemos grande, ou melhor, a maior parte de nossas energias por nada. Toda a água que se usa no banho, se fosse refletir, grande parte dela se vai pelo ralo sem que sequer precisássemos dela, assim como diversas e milhares de outras coisas do nosso cotidiano. A energia que provavelmente desperdiçamos ao longo desta vida à morte, sem duvidas seria de grande valia para que tivesse nascido melhor, crescido mais forte, reproduzido muito mais, e conseqüentemente morreria mais feliz, sem duvidas quanto a isso! Mas por que não? Qual o motivo que me leva a ser mais atuante em meu declínio, do que em minha ascensão? É por isso que continuo querendo saber como eu era quando nasci. Aí, poderia ter tido o cuidado em dar meus primeiros passos a não parecer um anormal, ou um canguru alucinado ao andar na fase adulta, prestaria atenção nos mínimos detalhes de tudo para não me obrigar a nascer novamente, e milhares e milhares de vezes numa só vida.

Quando voltamos atrás para resolver algo errado é sim um sinônimo de humildade, mas também é um antônimo de eficiência. Nós todos, seres humanos, somos incompetentes e não há nada que se possa fazer a respeito. NADA A SER FEITO! Eu discordo desta afirmação anterior, mas quem é que não vai discordar? Sendo assim, prosseguimos adiante deixando todas as dificuldades e peças soltas do passado e passamos a viver um presente mais próximo de um futuro igual a todos os previstos anteriormente. ONTEM=HOJE=SEMPRE... sempre... sempre...

Quanto mais inconformados estão ao olhar para trás, muito mais conformados estarão ao seguir em frente e vice-versa. Na certeza, a única solução para todo o caos que se instaura é o próprio caos, pois somente alimentados dele nós vomitaremos o que há de desconexo em nós mesmos. Vomite quantas vezes forem necessárias para apreender a harmonia. Pode se concluir através disso que nenhum dos sistemas criados pelo próprio homem pode ser a solução para os mesmos, mas podem sim ser um processo vitalício de aprendizado. A vida. Quem respeita a própria vida, respeita junto consigo tudo o que vive e segue em frente. Somos errantes no que fazemos de melhor ou de pior, pensativos no que fizemos de bom ou de ruim e muito cautelosos no que pretendemos fazer. Não devemos distorcer a perfeição disto. Jamais! A vida é vômito.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Merda!!!

Errados estão muitos,
Que passam despercebidos,
Sem eira nem beira,
Sem vergonha, documentos,
Sem carteira, dinheiro,
Sem cabeça, mula sem cabeça,
Cresça, desça da mesa,
Ande, chegue longe, mais longe.
!!!
Saco! Saco! Saco!
Escroto, muito chato.
Saco! Saco! Saco!
Puto, careca, safado.
!!!
Certos estão como nunca,
Os que crescem sem medida,
Os que andam fora da linha,
Que cometem pecados,
Falam barbaridades,
Gritam toda a verdade,
Choram por venerar,
E gozam suas entranhas.
!!!
Saco! Saco! Saco!
Escroto, muito farto.
Saco! Saco! Saco!
Puto, barbeiro, macaco.
!!!
Seja tapa, murro,
Seja abraço, abstrato,
Num dia escuro,
Seja forte, grosso.
!!!
Morder todas as raivas,
Esconder todas as peles,
Cantar todas as letras,
Sentir a minha vida,
Meu roteiro, esquerdo,
Minha privada, espelho.
!!!
Quero sujar meus panos,
Quero arder em febre,
Falar besteiras por aí,
Sentar, gritar, sorrir,
Quero mesmo, mesmo,
Só quero me divertir.
!!!
Seja tapa, dor,
Seja abraço, forte,
Num dia escuro,
Seja duro, macho.
!!!
Merda! Merda! Cagada!
Que cagada, merda.
Merda! Merda! Burro!
Que burrice, cagada.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Luzes

As luzes da cidade me dizem algo,

Elas falam baixinho pra mim,

Anunciam um dia triste e frio,

Sem você aqui pra mim.

°°°

Estão amareladas e angustiantes,

Partem-me ao meio seus raios,

Doem-me dentro da cabeça,

Em meio aos meus sonhos,

No infinito do meu coração.

°°°

Vem me dizer algo bom,

Que me tire do sufoco,

Que me traga mais um pouco,

Do docinho dum bombom.

°°°

Vem depressa, presente,

Volta pra onde começou,

Faça as luzes se apagarem,

Muito antes deste ardor.

°°°

E bem longe eu te vejo,

Não te alcanço, mas te sinto,

Mantenho-te tão crescente,

Escuto tuas palavras de amor,

Seus carinhos nos meus pelos,

Tua temperatura, o calor.

°°°

E quando mais longe estou,

Não te encontro em parte alguma,

Não te toco, não tem cura,

Nada muda, tudo é frio.

Volta agora em segredo,

Não me negue nem um beijo,

Um queijo, um café, arrepio,

Seus dedos contornando desejos.

°°°

Sinta-me agora, depois e agora,

Sinto-te, me calo, aquece,

Olhe-me, te olho, alucina,

Sinta-me, me abrace, amasse.