terça-feira, 28 de setembro de 2010

Acordei!

Acordei! Estou acordado! Em verdade, nunca me lembro de ter dormido. Não conseguiria ter sonhos mais belos dos que vivo. O fato de estar, entra pelos poros como água em ebulição me irrigando por inteiro. Respirar me faz sonhar, o que me torna personagem indispensável desta história. Existir é a prova de que sonhos são vitais, portanto vida. Não posso dormir em vida, isto é incompatível. E depois eu não sei, não, mas posso muito bem imaginar. Imaginar com a perfeição que este sonho me concede, com a amplidão que esta vida propõe, enfim, com o que sou. Imaginar-me a dormir. É por isso, somente isso me permite acolher teus desejos por “Bons sonhos!”, enquanto ensaio o mais esperado de todos os espetáculos: DORMIR!...

Posso sonhar que dormir seja um planeta de sorvete com cobertura como diria quem assim quiser. Ou, também, posso dizer-lhe que dormir é sonhar eternamente com você. Poderia até mesmo dizer a você que em dormir não há mais nada, mas não vou perder meu tempo a dormir se ainda posso sonhar. Sonhar e “sonhar dormindo”.

Enquanto sonho por demais, vivo por demais e mais sono tenho guardado dentro de mim, como o gelo a derreter e tornar-se água a desaguar em rios e mares criando vida.

Eu corro, corro muito mais, pois não tenho medo de chegar, e nem tampouco, tenho pressa de dormir.

Ciclo paradoxalmente vital, perfeitamente existente e amplo à mente.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Quebra-Radio

Quebra-radio, quebra,

Meu radinho de pilhas, quebra,

Quebra-radio toca,

Toca lóguinho e quebra.

-

Mais uma vez eu te vejo entrando,

Por uma porta que não vai dar em nada,

E desta vez não quero mais,

Surpreender-me com o que você vai dizer.

-

Meu amor,

Diga tudo o que tem a dizer em vão,

Jogue todas as tentativas de sobreviver,

Guardadas nesta mala ao chão,

Não me venha cobrar,

Um beijo ou um toque de mão,

Não me atraia pra debaixo,

Das suas mentiras neste cartão.

-

Porque você e eu,

Por tudo e por sempre,

A gente sabe que quando amanhece,

Você sai depressa de mim,

E que não pode mais voltar,

Pra dentro do meu coração.

-

Cante meu amor, cante,

Aquela canção de natal preferida,

Cante meu amor, cante,

E se lembre do maior,

Presente de nossas vidas.

-

Chore meu amor, chore,

E não se engane que a vida é uma pilha,

Cante e chore meu amor,

Pois o canto é sem duvidas a melhor saída,

E as lagrimas possuem melodia.

-

E depois de tudo,

Você me diz que o errado,

Pode ser considerado certo,

Devido às complexidades.

-

Vem bem escondidinho, vem,

Como rato faminto,

Mas não deixe a agilidade fugaz,

Não meça esforços,

Pra sobreviver das vassouradas,

Que limpam o meu ser de você.

-

Escute meu amor, escute,

Aproveite cada nota,

No radio a pilha já enferruja,

Nesta ferrugem já se perde muito amor,

Podemos sentir, por tanta dor,

Inesperadamente, mesmo inconseqüentes,

Tomamo-nos de um caldo ralo,

Do que outrora servimo-nos fartamente.

-

Dance meu amor, dance,

Pois é lóguinho, bem lóguinho,

Que tudo se apaga,

E a pista some, então dance.

-

Quebra-radio, quebra,

Meu radinho de pilhas, quebra,

Quebra-radio toca,

Toca lóguinho e quebra.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Gabriel Garcia Marques

“Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapos e me presenteasse com mais um pedaço de vida, eu aproveitaria esse tempo o mais que
pudesse...
Possivelmente não diria tudo o que penso, mas definitivamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não por aquilo que valem,mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, porque entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os demais se detivessem,acordaria quando os demais dormissem.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, deitava-me ao sol, deixando a descoberto, não somente o meu corpo, como também a minha alma.
Aos homens, eu provaria quão equivocados estão ao pensar que deixam de se enamorar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam
de se enamorar...
A um menino eu daria-lhe asas, apenas lhe pediria que aprendesse a voar. Aos velhos ensinaria que a morte não chega com o fim da vida, mas sim com
o esquecimento. Tantas coisas aprendi com Vós homens…. Aprendi que todo o mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir
a escarpa.
Aprendi que quando um recém nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, agarrou-o para sempre.
Aprendi que um homem só tem direito a olhar o outro de cima para baixo, quando está a ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com Vocês, mas agora, realmente de pouco me irão servir, porque quando me guardarem dentro dessa caixa,
infelizmente estarei morrendo.
Sempre diz o que sentes e faz o que pensas. Supondo que hoje seria a última vez que te vou ver dormir, te abraçaria fortemente e rezaria ao Senhor para poder ser o guardião da tua alma.
Supondo que estes são os últimos minutos que te vejo, diria-te “Amo-te” e não assumiria, loucamente, que já o sabes.
Sempre existe um amanhã em que a vida nos dá outra oportunidade para fazermos as coisas bem, mas pensando que hoje é tudo o que nos resta, gostaria de dizer-te o quanto te quero,
que nunca te esquecerei.
O amanhã não está assegurado a ninguém, jovens ou velhos.
Hoje pode ser a última vez que vejas aqueles que amas. Por isso, não esperes mais, fá-lo hoje, porque o amanhã pode nunca chegar. Senão, lamentarás o dia em que
não tiveste tempo para um sorriso, um abraço, um beijo e o teres estado muito ocupado para atenderes esse último desejo.
Mantém os que amas junto de ti, diz-lhes ao ouvido o muito que precisas deles, o quanto lhes queres e trata-os bem, aproveita para lhes dizer, “perdoa-me”, “por favor”, “obrigado” e todas as palavras de amor que conheces.
Não serás recordado pelos teus pensamentos secretos. Pede ao Senhor a força e a sabedoria para os expressar. Demonstra aos teus amigos e seres queridos o quanto são importantes para ti”.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Gira-Gira

O que eu sei?
O que eu sei,
É que tudo que gira,
Em torno de mim,
Digo no físico,
No psicológico,
E no que está,
Por trás de tudo.
-
O que se vê,
E se sente,
O que gira,
O que conspira,
O que me faz,
Subir mais alto,
Do que está localizado,
O mais desconhecido,
Dos mundos.
-
Dos planetas desconhecidos,
Girando em órbitas,
Distintas entre si,
Porque lá meu amigo,
Lá tudo pode acontecer,
Mas como dizia,
O que vive ao redor,
O que gira é você!