terça-feira, 27 de julho de 2010
Olhares pra mim.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Não tem título.
VERDE – AMARELO – VERMELHO – AZUL – BRANCO – COR-DE-PELE
Além disto, não existe nada, porque não há nada mais pra existir.
E o lugar? Se existe um corpo morto, existe um lugar e se existe um lugar existe algo neste lugar. Sim! Um corpo morto que muda de cor. Mais nada!
E a luz? Se existe cor, existe luz – mas repito: não se sabe como existe e de onde vem e, não varia.
Não esquenta, não esfria, não agrada, não venta, não respira... Não se vive e não se vê. Apenas existe!
Onde? Em qualquer lugar...
terça-feira, 20 de julho de 2010
Resoluções do Além.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
A Calçada e o Homenzinho.
Dizem elas então: “... ele é tão digno de pena que nem mesmo um pássaro chega a lhe fazer companhia ao soar do dia...”
Apesar disto, eu irei dobrá-las, sacrificá-las, persuadi-las e dominá-las para espremer de suas glândulas todas as gotas de saliva por ele. Sim, farei isso e não me estranhe, pois logo vão me entender e o porquê de tanta curiosidade. Vão entender também que boa parte do que elas dizem são palavras sem sentimento e que falam por falar, sem o mínimo julgamento, mas eu que sou apenas uma calçada de segunda mão consigo decifrar-lhes o veneno e fazer dele o mel que embalsama as rachaduras da alma.
Naquele dia de praxe e Sol quente me refrescavam elas com seus venenos de mel. Elas citavam a rotina estranha e pacifica do pobre homem. Diziam elas: Ele acorda pela manhã e sai pela porta do fundo lavar as mãos no tanquezinho. E ao secá-las muito bem com o auxílio de uma toalhinha suja por entre os dedos, como um exercício religioso e maçante de todos os dias de sua vida, o mesmo torna a sujá-las. Não lava o rosto como os outros e nem escova os dentes. Então ele se senta sob uma única árvore que sombreia a casa e muito insignificantemente. Seus olhos parecem mirar algo inexistente naquele lugar forrado de mato verde agonizante. Parecem ver o horizonte como se o mesmo fosse concretizado em um paraíso existente somente ali, para ele. De vez em quando ainda se esforçava para alongar-se em saltos numa vã tentativa de agarrar algumas folhinhas da árvore infrutífera. "Causa-nos tédio a sua falta de agressividade." Segue para dentro, volta e começa um longo dia sem se ver o pobre novamente voltar à dependência interna da casa. Ali mesmo, martela, serra, cola e lixa, e tudo mais que se pode notar num trabalho árduo. Não pára por nada e não se vê resultado. É como se a matéria se desmaterializasse numa mágica tão perfeita que nem se nota a magia. É digno de dó apesar da magia, pois do que vive este homem se nada come, nada vende e nada compra. Seria ele um anjo de Deus que seguindo ordens desce a Terra para viver assim, estranhamente infeliz. E o que me intriga: como podem as línguas tecerem tal idéia de infelicidade se nem ao menos chegaram perto do homem? Como podemos designar tal infelicidade gratuita a alguém que mal conhecemos além da vista? Por que o trabalho gratuito é sinônimo de infelicidade, e será que existe trabalho insignificante a tal ponto de ser gratuito? Línguas falam, mas não tecem. E por falarem demais sempre tomam caminhos obscuros e mal assombrados. Prefiro os pensamentos que tomam caminhos malditos, mas se encontram mais tarde numa nascente de água cristalina, com um Sol radiante refletindo em suas águas rodeadas de mata virgem e riquezas mil. Um paraíso que só podem usufruir os pensadores gratuitos, como o nosso homenzinho.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Sopro.
Isso tudo é só um sopro,
Não se iluda por tão pouco,
Seja eterno pra seguir,
Seja lento pra subir,
E não caia em desespero.
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O pranto persegue um caranguejo,
Que despertou em si todo o medo,
Que se transformou em sujo desejo,
Que se fartou tão voraz e sedento,
Da fatalidade d’um pobre marinheiro.
-
Encante como a flor que morre,
Pois mesmo morta te socorre,
Do horror de viver sem tê-lo,
De viver por viver querendo.
-
Encontre nas cores a mais bela palavra,
Que lhe despertará uma simples melodia,
Que lhe fará mais humilde à serventia,
E mostrará como é lindo este abracadabra.
-
Os magos jogam dardos,
Luz de cegar-lhe as vistas,
Energia que te incendeia,
A vida que lhe treme os dedos,
E te mostram todas as pistas.
-
Siga-as então sem medidas,
Siga-as sem ter mais saída,
Siga por toda sua vida,
E não finja estar de partida,
Pois é tão vera a lágrima contida.
-
Por muitas vezes você buscará,
Numa próxima estação descerá,
Sentirá tão forte o coração,
E não morrerá por isso em vão.
-
Pois há mais planos a se descobrir,
Há mais vidas a se provar,
Mais encantos pra te permitir,
Encontrar um novo lugar.
-
Quem é você, quem tu és,
Quem me viu, te verás,
Quem está, pode chegar,
Se me queimam agora,
Mais tarde hão de te achar.
-
Se te vou aos pensamentos,
É porque podes me escutar,
Se te peço mais vontade,
É porque longe podes chegar.
Uerê.
Queria ser uma canção,
Mas não é fácil,
Dar cor ao ar,
Mais vida ao mar,
E te tocar o coração.
-
Uerê,
Quando o Sol baixar,
Eu vou sonhar com você.
-
Uerê,
E quando o Sol raiar,
Eu vou voar pra viver.
-
Escrevo uma estória,
E leio ao relento,
Mas se contraditória,
Vou jogá-la ao vento.
-
Saiba por encanto,
Que bem posso estar,
Tão longe o quanto,
Enquanto respirar.
-
Minhas asas são do bem,
Não podem levar,
O ar e o canto,
Enquanto precisar,
Sonhar com meu bem.
-
Uerê,
Quando o Sol cansar,
Eu vou estar com você.
-
Uerê,
E quando o Sol raiar,
Eu vou voar pra te ver.
Paradoxo da Vida.
Assim que todas as minhas lágrimas encontrarem saída segura e restrita as quatro paredes de um quarto perdido por entre o mundo de pedras e encontrar saciedade em sofrer por esse amor. Assim que meus lábios secos de sede e articulando frases, palavras e gemidos abafados por um travesseiro velho, porém revestido dignamente, eu vou encontrar alguma saída pro meu amor. Eu sei que vou. Por que se for para viver e não poder mais amar mesmo sabendo que o amor tem suas malícias e seus venenos eu prefiro não mais ser.
Posso ficar mais frio, mais duro, mais feio, mais magro ou mais gordo e até perder um dente. Posso desejar a morte, tragédia, infelicidade, o lado mais perverso de mim, mas sei que quando ele voltar não há escudo que me proteja, pois desse mal é que eu quero morrer.
Espero, espero, espero por você, pelo meu amor e pela verdade.
Do mais, meu nome é Amante. Não procure uma fonte qualquer para isso, pois eu jorro água límpida da verdade pelos olhos. Da minha verdade!
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Até mais sonhar...
Inspirado, no momento posso escrever-lhe com uma pena e incapacitar este pássaro de um vôo mais alto, roubando este sonho todinho pra mim. Mas não me interessa voar em sonho alheio e banhar-me em nascentes. O importante se faz em poder ver isto, sentir-me um ser livre e perfeitamente capaz de sonhar meus sonhos e dividi-los até mesmo com um pássaro.
Há algum tempo, me recordo à vontade de soltar todos estes seres limitados por gaiolas. Se me fazia incapaz disto, é porque talvez ainda não soubesse voar como os livres. Mesmo hoje me encontro incapaz de tal façanha, pois circundados por arames foram proibidos de banhar-se em nascentes e por isso afundarão. Pobrezinhos! Mas este que aqui está livre e limpinho me descreve um “gran finale”: “Obrigado por me notar! Até mais sonhar...”